O governo do Rio de Janeiro anunciou hoje (18) reajustes das tarifas de trens e metrô. Publicado no Diário Oficial
do estado, o aumento sai no mesmo dia em que o governo estadual coloca
em vigor as tarifas sociais, que são mais baixas, para os modais. Com
isso, os usuários que tem o cartão Bilhete Único Intermunicipal
continuarão pagando o preço sem aumento.
Previsto para começar a valer em 60 dias, o bilhete dos trens subirá
de R$ 2,90 para R$ 3,20 e o de metrô de R$ 3,20 para R$ 3,50. O reajuste
se baseou no aumento da inflação e estava previsto nos contratos com as
concessionárias, segundo a agência reguladora. Com os preços congelados
desde as manifestações de meados de 2013, esta é a primeira tentativa
do governo de elevar as tarifas.
Para
diminuir o impacto sobre o usuário, paralelamente ao anúncio do aumento
das tarifas, o governo confirmou que os portadores do Bilhete Único vão
pagar o preço antigo. O cartão é emitido sem custos por agências cadastradas e
recebe o pagamento antecipado, com direito a pegar mais de um modal.
Quem comprar com dinheiro, nos guichês, paga a tarifa nova.
Segundo a Casa Civil, a decisão é de “subsidiar as concessionárias
para que o aumento não seja repassado ao usuário”. No entanto, na
avaliação do Movimento Passe Livre (MPL), que organizou protestos ao
longo de 2013 e no início deste ano pela universalização do transporte público, a decisão “engana” o usuário.
Segundo o ativista José de Abraão, o governo subsidia os transportes
com a redução de impostos de energia elétrica e de combustível, por
exemplo, mas não garante contrapartidas e acesso universal. "Defendemos
que todos possam usar o sistema", disse.
O Passe Livre também questiona o reajuste das tarifas no mesmo
momento em que há aumento de usuários, como no metrô. “Com o caos no
centro do Rio, é notável o aumento de passageiros no metrô”, disse
Abraão. “Mas com o reajuste para quem não tem cartão, que é uma parcela
considerável e com mais pagantes, quem ganha mais: o trabalhador ou o
empresário?”
A concessionária de metrô no Rio confirmou aumento de 738 mil
passageiros por dia, entre dezembro e janeiro, para 800 mil, em
fevereiro. No período, o sistema sofreu interrupções por uma série de
falhas. A mais recente, na semana passada, na estação de energia, está
sendo investigada pela agência reguladora. Na última semana, os trens da
SuperVia descarrilaram pelo menos duas vezes. Em janeiro, a
concessionário sofreu um colapso por mais de dez horas no serviço.
Fontes: Agência Brasil
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