quarta-feira, 13 de maio de 2015

Seguro-desemprego deveria mudar por acordo, não por MP, afirma Lula

Para ex-presidente, governo deveria ter tentado acordo com sindicalistas. MP que restringe acesso ao seguro-desemprego foi aprovada na Câmara.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (13) que o governo federal devia ter feito acordo com o movimento sindical sobre o conteúdo da medida provisória 665, aprovada na última quinta-feira (7) na Câmara.1

Entre outras mudanças em direitos previdenciários, a MP determina que o trabalhador precisa ter trabalhado ao menos 12 meses nos últimos dois anos para ter acesso ao seguro-desemprego. O prazo anterior era de seis meses. A proposta ainda será analisada pelo plenário do Senado.1

"Ao invés de mandar por medida provisória, devia ter feito um acordo. O governo devia ter chamado o movimento sindical e feito um acordo", declarou Lula.1

A declaração de Lula foi dada em uma conversa informal com jovens metalúrgicos do ABC. O encontro de Lula com os jovens trabalhadores foi fechado, no auditório do quarto andar do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo. Os repórteres ficaram restritos à área do primeiro andar, mas, pelo vão central do prédio, conseguiram ouvir parte da fala do ex-presidente, que o G1 gravou.1

Em abril, a presidente Dilma Rousseff chegou a se reunir no Palácio do Planalto para discutir as MPs do ajuste fiscal - a 665 e a 664 - com representantes das centrais sindicais. Na saída do encontro, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou que as entidades pediram a ela que retirasse as MPs de tramitação no Congresso Nacional, o que não ocorreu.1

As duas MPs tornam mais rigorosas as regras para acesso a benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego, pensão por morte, abono salarial e seguro-defeso. As medidas, que fazem parte do ajuste que o governo defende para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas, foram enviadas no início do ano ao Congresso.1

Encontro com jovens1

Com uma hora e quarenta cinco minutos de atraso ao evento, Lula começou a falar com os jovens metalúrgicos sobre sua carreira no setor. "Todos aqui podem ser presidente da República como eu", disse. Lula disse que está preocupado com o que está pensando a juventude trabalhadora do país. "Decidi vir aqui porque fui na fábrica da Ford e percebi um clima de preocupação. Há muito desânimo e frustração. O mundo está azedo", completou.1

"Durante a campanha eu recebi uma pesquisa que um determinado candidato chegou a 30% de intenção de voto na Ford e na Scania. E fiquei preocupado", disse Lula.1

Lula também falou sobre reforma política. "Vai acontecer pouquíssima coisa diferente se deixar a reforma política nas mãos do congresso", disse. Questionado sobre a corrupção na Petrobras, ele disse que "a corrupção não é inerente a um partido só".1

Lula afirmou, ainda, ser contra a redução da maioridade penal. "Querem aprovar uma lei que reduz a maioridade penal. Eu sou contra. Essa juventude está deixando de trabalhar. Como está a estrutura da família? É para isso que precisamos olhar."1

Fonte: G1

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