Pela
primeira vez, em sua história, o Rio de Janeiro tem um orçamento de R$ 50
milhões para prevenir desastres naturais." A afirmação é do secretário
estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões. Segundo ele, o orçamento reforçado
possibilitou contratar meteorologistas, geólogos, geotécnicos, colocar em
funcionamento um centro de monitoramento e alerta para desastres naturais e
instalar sistemas de alerta e alarme. "Em um passado recente, a Defesa
Civil se limitava a fazer a gestão do desastre depois de ocorrido. Hoje, a
Defesa Civil faz, efetivamente, uma administração do risco com medidas efetivas
de proteção para a população”, explicou.
De acordo
com Simões, o sistema de prevenção e alerta de desastres naturais já impediu
que diversos deslizamentos de terra causem mortes e uma tragédia ainda maior.
“Nós temos dados significativos que demonstram que essa rede de sistema de
alerta e alarme tem salvado vidas. Eu te digo um relato real na comunidade da
Formiga [zona norte] em que uma pessoa não saiu de casa em desobediência ao
sistema de alerta e alarme. Houve um escorregamento de terra que atingiu a casa
dele. Como ele estava acordado por causa do alarme, conseguiu sair a tempo”,
completou.
Hoje
(23), o estado do Rio realiza a segunda Conferência Estadual de Proteção e
Defesa Civil para debater as propostas sugeridas em reuniões municipais, sobre
como proteger e alertar as pessoas que moram em área de risco de possíveis
desastres geológicos. O evento conta com a participação de 84 cidades, 91,3%
dos municípios fluminenses. A conferência estadual vai selecionar as melhores
propostas e enviar para Brasília, para a etapa nacional do encontro, que ocorre
no início de novembro.
O
secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Adriano Pereira Júnior,
destacou a prioridade que o governo está dando aos órgãos de Defesa Civil: “A
Defesa Civil brasileira nunca foi encarada como algo prioritário. Nunca esteve
muito na pauta da mídia, da sociedade. A partir, provavelmente, daquele desastre
na serra fluminense [em 2011], começou a ganhar mais força, o governo federal
começou a dar mais impulso. A conferência é o momento que reúne as pessoas que
trabalham diretamente na Defesa Civil para debatermos”, explicou.
De acordo
com o secretário nacional, o Brasil vem se preparando para possíveis desastres
naturais, instalando redes de alerta de prevenção e capacitando pessoas que
moram em áreas de risco. Além disso, aproximadamente dois mil municípios já
fizeram conferências de proteção e defesa civil.
“O mundo
está passando por uma fase que a gente não sabe se é por obra nossa, da nossa
humanidade atacando a natureza, ou se é um ciclo. Mas estamos passando por uma
fase de grandes desastres naturais. São grandes enchentes, recordes de frio,
recordes de calor. E a Defesa Civil é quem tem que estar pronta para dar os
alertas e diminuir os danos para as pessoas que moram nessas áreas [de risco]”,
informou.
Fonte: Agência Brasil
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