O Ministério Público Federal do Paraná oferecerá nesta quinta-feira (11)
denúncias contra investigados na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada
no mês passado pela Polícia Federal para investigar lavagem de dinheiro. A
investigaçao resultou na descoberta de um esquema de desvio de dinheiro da
Petrobras.
Investigadores que atuam no processo disseram que cerca de 20 pessoas
deverão ser denunciadas pela prática de, ao menos, quatro crimes: lavagem de
dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e organização criminosa.
Se o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na
primeira instância, aceitar as denúncias do Ministério Público, os investigados
passarão à condição de réus no processo. A expectativa é que Moro aceite as
denúncias ainda nesta semana, até esta sexta (12).
Segundo o Ministério Público, os procuradores que compõem a chamada
“força-tarefa” da Lava Jato concederão entrevista coletiva à imprensa às 15h na
capital paranaense para apresentar a lista de investigados que serão
denunciados e os crimes encontrados pelo MP.
Segundo investigadores que atuam no caso, as denúncias deverão ser dividas
por empresas. Por exemplo, dizem, serão apontados os crimes “A” e “B”
praticados pela empresa “C” e os crimes “D” e “E”, atribuídos à empresa “F”. Um
mesmo crime poderá ser apontado a duas ou mais empreiteiras.
Segundo esses investigadores, entre os cerca de 20 denunciados devem estar
11 executivos de empreiteiras presos na carceragem da Polícia Federal em
Curitiba, conforme adiantou no último sábado ao Jornal Nacional o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot; o doleiro Alberto Youssef; o
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa; o lobista
Fernando Baiano; além de outros executivos investigados na sétima fase que
foram soltos.
Nesta quinta, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estará em
Curitiba, onde terá reunião com a “força-tarefa” do Ministério Público para
discutir quais medidas podem ser tomadas após o oferecimento das denúncias.
Lava Jato
A operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria
movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras,
segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos,
entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do
esquema, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa.
A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de
nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59
bilhões.
Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da
Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos, nesta sétima etapa, 85 mandados em
municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de
Pernambuco e do Distrito Federal.
Conforme balanço divulgado pela PF, além das 25 prisões, foram cumpridos 49
mandados de busca e apreensão. Também foram expedidos nove mandados de condução
coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas
os policiais conseguiram cumprir seis.
Fonte Globo.com
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