Encontrar soluções para a crise da mobilidade urbana é um dos principais
desafios para o poder público. Segundo uma pesquisa da Secretaria Estadual de
Transportes, a população que circula pela Região Metropolitana passou a
enfrentar três horários de pico no trânsito e não apenas no começo da manhã e
no final da tarde. Segundo a pesquisa, a hora do rush também acontece
atualmente ao meio-dia, no horário de almoço e de saída e entrada das escolas.
Os dados foram mostrados com exclusividade pelo Bom Dia Rio na manhã desta
segunda-feira (15).
As principais vias da cidade têm enfrentado grandes congestionamentos nesses
três horários. Vias importantes como: Avenida Brasil, Ponte Rio-Niterói,
Avenida Francisco Bicalho, Linha Vermelha, Linha Amarela e Avenida das
Américas, têm recebido mais veículos do que podem suportar.
Ainda de acordo com o estudo, quem usa transporte público sai mais cedo de
casa, a maioria pouco antes da 6h. “É terrível, ônibus lotado, trânsito parado
e final de ano vai complicar ainda mais”, afirmou um passageiro. O número de
carros e de motos na rua é maior uma hora mais tarde, por volta das 7h. Na
volta para casa, todo mundo parece sair junto do trabalho, concluiu a pesquisa.
O maior movimento se concentra às 17h.
Uma das constatações é que na última década a proporção de pessoas que usa o
transporte individual - carros e motos – aumentou e a procura pelo transporte coletivo
é proporcionalmente menor. O Rio teve avanços em algumas áreas, mas ainda
precisa melhorar muito.
“A solução aqui é cada vez mais investimento em transporte de alta
capacidade. Quando você tem cada vez mais pontual, com conforto compatível
obviamente com metrô, trem, barcas, naturalmente as pessoas se deslocam para o
transporte público. Essa é a solução de mobilidade não é só no Rio de
Janeiro. Ainda não temos o conforto que a população merece, mas temos uma
situação infinitamente melhor que em 2003 e 2007”, afirmou a secretária
estadual de Transportes, Tatiana Vaz Carius.
Procura por transporte individual está maior
Em 2003, o transporte individual era utilizado por 25,8% da população, enquanto
o transporte coletivo era a alternativa para 74,2% das pessoas. Já num estudo
feito em 2012, 28,5%o da população passou a fazer uso dessa alternativa e 71,5%
usavam o transporte coletivo.
Em função disso, o tempo médio diário gasto pelos motoristas de carro subiu
32%. Quem escolhe o transporte público, vai mais rápido, já que o Rio ganhou
corredores exclusivos para ônibus e abriu caminho para veículos articulados com
capacidade maior. Já os carros, espremidos, andam cada vez mais devagar.
Novas composições chegaram para o metrô. Mas o aperto continua. “Eu acordo
cedo porque se eu passar das 5 horas, aí ja era”, diz um passageiro. Trens
chineses circulam nos trilhos da Supervia, mas renovação completa só acontecerá
em 2016. “Nem todas as composições tem ar condicionado. Esse tempo agora, verão
chegando e muito calor. Complicado!”, afirmou um usuário.
A frota das barcas aumentou, mas o número de passageiros também. O ciclista
ganhou espaço, mas ainda falta interligar as ciclovias espalhadas pela cidade.
Na última década, a proporção de pessoas que sai de casa a pé ou de bicicleta
caiu e na escolha entre o carro ou transporte público, não é difícil saber quem
levou vantagem.
Os deslocamentos a pé ou de bike caíram mais de cinco pontos percentuais, de
37% para 31,8%. As viagens de carro subiram de 16,3% para 19,5%. Já as de
transporte público, de 46,6% para 48,7%. Uma cena muito comum é o motorista
sozinho. Mas cada pessoa em um carro ocupa o espaço de 12 passageiros no
transporte público. As ruas ficaram pequenas para tantos motoristas e pra
conquistar os passageiros os transportes públicos precisam que melhorar.
Fonte Globo.com
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