O volume útil médio dos reservatórios do Rio Paraíba do Sul no Rio de Janeiro caiu
para 3% nesta terça-feira (9), de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA).
O nível é considerado muito baixo por técnicos da companhia e caiu mais da
metade em um mês (era de 6,8%). A Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae),
no entanto, garante que o abastecimento não será prejudicado em nenhum
município do estado.
Segundo a companhia, mesmo que o volume útil de água se esgote, ainda existe
a possibilidade de o volume morto – parte dos reservatórios concentrada abaixo
da tomada d’água de hidrelétricas – ser utilizado.
Se comparado com anos anteriores, os dados da ANA são ainda mais
significativos. Em outubro de 2013, o volume médio era de 48,2%. O nível chegou
a 80,8% em 2009.
Transposição Paraíba do Sul
Em meio à crise da falta d'água, os governadores de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Luiz
Fernando Pezão (PMDB); e de Minas Gerais, Alberto
Pinto Coelho (PP), fecharam um acordo no dia 27 no Supremo Tribunal
Federal (STF) para dar início a obras de infraestrutura a fim de reduzir os
efeitos da seca.
Pelo acordo, mediado pelo ministro do STF Luiz Fux, os três estados devem
apresentar até 28 de fevereiro propostas para o enfrentamento da crise de falta
d'água. Uma dessas propostas é a transposição do rio Paraíba do Sul, cuja bacia
abrange áreas dos três estados..
A transposição é um projeto do governo paulista que pretende desviar água do
rio para abastecer o Sistema Cantareira, que enfrenta uma crise hídrica por
conta da estiagem no Sudeste. O Rio de Janeiro era inicialmente contrario à
obra porque a bacia do Paraíba do Sul abastece diversos municípios do estado,
incluindo a região metropolitana da capital fluminense.
Os governadores e representantes dos órgãos responsáveis pelos estudos
técnicos ambientais se comprometeram, no acordo assinado após a audiência, a
não realizar obras sem o consentimento de todas as partes envolvidas. Os
governadores se comprometeram a respeitar, nas obras, estudos de impacto
ambiental e realizar ações de compensação ambiental.
Na época, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou que
"ninguém quer prejudicar" nenhum ente federativo. "Os três
estados chegaram a um consenso e esse prazo é suficiente. É importante a gente
ter a solidariedade dos três entes federativos [...] Ninguém quer prejudicar
nenhum estado. É ter as garantias para o futuro, e nós temos certeza que desse
limão saiu uma grande limonada", brincou Pezão.
Fonte Globo.com
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