O assunto que botou o mundo
inteiro em estado de alerta: o vírus ebola. No Brasil, na noite deste domingo
(12), Souleymane Bah está na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de
Janeiro, esperando apenas o resultado do segundo teste para ser liberado.
Ele veio da Guiné, um lugar onde a epidemia é
grave, e foi internado com suspeita de estar com ebola. No sábado, o primeiro
teste deu negativo.
O Fantástico teve acesso às imagens de Souleymane
Bah, enquanto ele esperava atendimento médico na cidade de Cascavel,
no Paraná.
O vídeo acima mostra Souleymane Bah, o africano
que veio da Guiné e está internado esperando o resultado do seu segundo exame.
O primeiro exame de sangue deu negativo para o vírus.
Imagens gravadas pela câmera de segurança da
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cascavel, no Paraná mostram Bah esperando
por quatro horas até ser atendido na última quinta-feira (9). Tempo suficiente
para ter contato com diversas pessoas que também estavam na UPA.
Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, todas
essas pessoas estão sendo monitoradas até o diagnóstico final do africano.
Souleymane Bah chegou ao Brasil no dia 19 de
setembro no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Saiu da Guiné, passou por
Marrocos. Veio para o país na condição de refugiado.
Já no Brasil, foi para Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina ,
e no dia 24 de setembro chegou em Cascavel, no Paraná.
Na quinta passada, dia 9 de outubro, o africano
procurou atendimento. Ele tinha febre, dor de garganta e tosse.
A partir daí, uma operação de emergência foi montada.
A suspeita era que ele estivesse contaminado com o vírus ebola.
Do Paraná, Bah foi transferido para o Rio na
sexta-feira. Chegou na Fundação Oswaldo Cruz em uma maca especial e foi mantido
em isolamento, tendo contato com cerca de 30 pessoas treinadas e equipadas para
isso.
“Na entrada dele a gente tem que conduzir ele até
a área de isolamento. E são coletados alguns exames, que é um ponto de grande
dificuldade na questão do ebola. A manipulação sangue é uma coisa complexa,
tanto no momento da coleta quanto o processamento desse material”, destaca o
médico infectologista José Cerbino.
As amostras foram levadas para o laboratório do
Instituto Evandro Chagas em Belém, no Pará,
referência no Brasil e na América Latina em doenças exóticas, como o ebola.
O laboratório possui o certificado de segurança NB3, necessário para evitar qualquer tipo de contaminação.
As amostras foram transportadas em uma caixa padrão Aiata, recomendada pela Organização Mundial de Saúde. A caixa com as amostras passa por uma cabine de isolamento. São necessários sempre dois pesquisadores para manipular o material.
O laboratório possui o certificado de segurança NB3, necessário para evitar qualquer tipo de contaminação.
As amostras foram transportadas em uma caixa padrão Aiata, recomendada pela Organização Mundial de Saúde. A caixa com as amostras passa por uma cabine de isolamento. São necessários sempre dois pesquisadores para manipular o material.
Dentro do laboratório, devidamente equipados com
o traje de segurança e com uma bomba de oxigênio, os pesquisadores começam a
análise. Para garantir a precisão do resultado, são realizados quatro testes
com o sangue do paciente.
As máquinas de análise são conectadas a um computador, onde o resultado sai em tempo real no monitor. Em até seis horas, já é possível saber se a amostra está ou não contaminada. E a amostra de Souleymane não estava.
As máquinas de análise são conectadas a um computador, onde o resultado sai em tempo real no monitor. Em até seis horas, já é possível saber se a amostra está ou não contaminada. E a amostra de Souleymane não estava.
“É um exame rápido e muito seguro para o operador
e também de alta sensibilidade e alta especificidade. Um exame negativo como
este, garante que o paciente não teve naquele momento em que foi colhido o
sangue vírus circulante no sangue”, diz o doutor Pedro Vasconcellos.
Por enquanto, Souleymane Bah continua isolado.
Outra amostra de seu sangue está sendo analisada e o resultado deve sair nesta
segunda-feira (13).
Mas, segundo os médicos, é muito difícil que o
resultado seja diferente do primeiro exame. Todo o procedimento de isolamento
foi considerado um sucesso.
Nesta segunda-feira (13), com o resultado
negativo, Souleymane deve receber alta imediata.
Espanhóis se dizem preocupados com
contaminação de ebola
Neste domingo (12), foi confirmado o
segundo caso de ebola nos Estados Unidos. É de uma enfermeira que cuidou de um
paciente que morreu com a doença em um Hospital de Dallas, no Texas.
A Europa também vive o medo do ebola. A semana
foi especialmente tensa na Espanha.
Os casos de ebola continuam concentrados
principalmente na África Ocidental. Desde dezembro, quase 8 mil pessoas foram
infectadas pelo vírus e mais de 4 mil morreram na região.
Mas o medo se espalhou pelo mundo. Esta semana
foi confirmado o primeiro caso de contaminação na Europa.
Aconteceu no Hospital Carlos III, em Madri, com
uma enfermeira que cuidava de missionários espanhóis que vieram doentes da
África.
O Fantástico conversou com uma auxiliar de
enfermagem que chegava para o trabalho. Ela contou que todos funcionários estão
preocupados.
Já uma dirigente do sindicato das enfermeiras
disse que muitos profissionais não estão indo nem trabalhar e que há casos até
de pedidos de demissão. Mas esta informação ainda não foi confirmada
oficialmente.
A enfermeira espanhola morava neste grande
conjunto habitacional num bairro popular nos arredores de Madrid. Depois
sentidos os primeiros sintomas quando, segundo os médicos, há maior risco de
contágio, ela ficou ainda durante uma semana circulando por lá, fez compras,
foi ao cabelereiro, esteve com muita gente.
Uma mulher estava revoltada com o fato de o
governo trazer doentes como missionário espanhol para ser tratado no país.
Já outra que é de uma cidade do interior diz que
a família ficou preocupada quando ela disse que ia para Madri.
Na quarta-feira (8), o primeiro paciente
diagnosticado com ebola nos Estados Unidos morreu em um Hospital de Dallas.
Acredita-se que ele tenha contraído o vírus na Libéria e viajou para os Estados
Unidos sem avisar às autoridades que havia tido contato com uma pessoa
infectada.
Neste domingo (12), o mesmo hospital onde ele
ficou internado confirmou que o exame de um funcionário deu positivo para o
vírus ebola. Ele apresentava os sintomas da doença desde sexta-feira (10).
Os norte-americanos já começaram a medir a temperatura de algumas pessoas que chegam dos países mais afetados pela doença. Especialistas dizem que a medida tem pouco efeito prático, mas servem para acalmar uma população.
Os norte-americanos já começaram a medir a temperatura de algumas pessoas que chegam dos países mais afetados pela doença. Especialistas dizem que a medida tem pouco efeito prático, mas servem para acalmar uma população.
Fonte Globo.com
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