segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Africano com suspeita de ebola esperou por 4 horas até ser atendido

O assunto que botou o mundo inteiro em estado de alerta: o vírus ebola. No Brasil, na noite deste domingo (12), Souleymane Bah está na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, esperando apenas o resultado do segundo teste para ser liberado.
Ele veio da Guiné, um lugar onde a epidemia é grave, e foi internado com suspeita de estar com ebola. No sábado, o primeiro teste deu negativo.
O Fantástico teve acesso às imagens de Souleymane Bah, enquanto ele esperava atendimento médico na cidade de Cascavel, no Paraná.
O vídeo acima mostra Souleymane Bah, o africano que veio da Guiné e está internado esperando o resultado do seu segundo exame. O primeiro exame de sangue deu negativo para o vírus.  
Imagens gravadas pela câmera de segurança da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cascavel, no Paraná mostram Bah esperando por quatro horas até ser atendido na última quinta-feira (9). Tempo suficiente para ter contato com diversas pessoas que também estavam na UPA.
Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, todas essas pessoas estão sendo monitoradas até o diagnóstico final do africano.
Souleymane Bah chegou ao Brasil no dia 19 de setembro no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Saiu da Guiné, passou por Marrocos. Veio para o país na condição de refugiado.
Já no Brasil, foi para Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina  , e no dia 24 de setembro chegou em Cascavel, no Paraná. 
Na quinta passada, dia 9 de outubro, o africano procurou atendimento. Ele tinha febre, dor de garganta e tosse. 
A partir daí, uma operação de emergência foi montada. A suspeita era que ele estivesse contaminado com o vírus ebola.
Do Paraná, Bah foi transferido para o Rio na sexta-feira. Chegou na Fundação Oswaldo Cruz em uma maca especial e foi mantido em isolamento, tendo contato com cerca de 30 pessoas treinadas e equipadas para isso.
“Na entrada dele a gente tem que conduzir ele até a área de isolamento. E são coletados alguns exames, que é um ponto de grande dificuldade na questão do ebola. A manipulação sangue é uma coisa complexa, tanto no momento da coleta quanto o processamento desse material”, destaca o médico infectologista José Cerbino.
As amostras foram levadas para o laboratório do Instituto Evandro Chagas em Belém, no Pará, referência no Brasil e na América Latina em doenças exóticas, como o ebola.

O laboratório possui o certificado de segurança NB3, necessário para evitar qualquer tipo de contaminação.

As amostras foram transportadas em uma caixa padrão Aiata, recomendada pela Organização Mundial de Saúde. A caixa com as amostras passa por uma cabine de isolamento. São necessários sempre dois pesquisadores para manipular o material.
Dentro do laboratório, devidamente equipados com o traje de segurança e com uma bomba de oxigênio, os pesquisadores começam a análise. Para garantir a precisão do resultado, são realizados quatro testes com o sangue do paciente.

As máquinas de análise são conectadas a um computador, onde o resultado sai em tempo real no monitor. Em até seis horas, já é possível saber se a amostra está ou não contaminada. E a amostra de Souleymane não estava.
“É um exame rápido e muito seguro para o operador e também de alta sensibilidade e alta especificidade. Um exame negativo como este, garante que o paciente não teve naquele momento em que foi colhido o sangue vírus circulante no sangue”, diz o doutor Pedro Vasconcellos.
Por enquanto, Souleymane Bah continua isolado. Outra amostra de seu sangue está sendo analisada e o resultado deve sair nesta segunda-feira (13).
Mas, segundo os médicos, é muito difícil que o resultado seja diferente do primeiro exame. Todo o procedimento de isolamento foi considerado um sucesso.
Nesta segunda-feira (13), com o resultado negativo, Souleymane deve receber alta imediata.

Espanhóis se dizem preocupados com contaminação de ebola
 Neste domingo (12), foi confirmado o segundo caso de ebola nos Estados Unidos. É de uma enfermeira que cuidou de um paciente que morreu com a doença em um Hospital de Dallas, no Texas.
A Europa também vive o medo do ebola. A semana foi especialmente tensa na Espanha.
Os casos de ebola continuam concentrados principalmente na África Ocidental. Desde dezembro, quase 8 mil pessoas foram infectadas pelo vírus e mais de 4 mil morreram na região.
Mas o medo se espalhou pelo mundo. Esta semana foi confirmado o primeiro caso de contaminação na Europa.
Aconteceu no Hospital Carlos III, em Madri, com uma enfermeira que cuidava de missionários espanhóis que vieram doentes da África.
O Fantástico conversou com uma auxiliar de enfermagem que chegava para o trabalho. Ela contou que todos funcionários estão preocupados.
Já uma dirigente do sindicato das enfermeiras disse que muitos profissionais não estão indo nem trabalhar e que há casos até de pedidos de demissão. Mas esta informação ainda não foi confirmada oficialmente.
A enfermeira espanhola morava neste grande conjunto habitacional num bairro popular nos arredores de Madrid. Depois sentidos os primeiros sintomas quando, segundo os médicos, há maior risco de contágio, ela ficou ainda durante uma semana circulando por lá, fez compras, foi ao cabelereiro, esteve com muita gente.
Uma mulher estava revoltada com o fato de o governo trazer doentes como missionário espanhol para ser tratado no país.
Já outra que é de uma cidade do interior diz que a família ficou preocupada quando ela disse que ia para Madri.
Na quarta-feira (8), o primeiro paciente diagnosticado com ebola nos Estados Unidos morreu em um Hospital de Dallas. Acredita-se que ele tenha contraído o vírus na Libéria e viajou para os Estados Unidos sem avisar às autoridades que havia tido contato com uma pessoa infectada.
Neste domingo (12), o mesmo hospital onde ele ficou internado confirmou que o exame de um funcionário deu positivo para o vírus ebola. Ele apresentava os sintomas da doença desde sexta-feira (10).

Os norte-americanos já começaram a medir a temperatura de algumas pessoas que chegam dos países mais afetados pela doença. Especialistas dizem que a medida tem pouco efeito prático, mas servem para acalmar uma população.


Fonte Globo.com

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