Começou sem o depoimento do diretor da Petrobras José Carlos Cosenza a
reunião de hoje (22) da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que
investiga denúncias de corrupção na companhia. Cosenza foi convocado, mas
apresentou atestado médico e não compareceu. Diante disso, os parlamentares
mantiveram a reunião da CPMI e, entre outras decisões, definiram a próxima
quarta-feira (29) para ouvir o doleiro Alberto Youssef.
Youssef é apontado pela Polícia Federal como operador de um esquema de
lavagem de dinheiro em diversos casos de corrupção, entre eles o da Petrobras.
Preso no Paraná desde que foi deflagrada a Operação Lava Jato, ele fez acordo
de delação premiada com a Justiça. Por isso, os próprios parlamentares admitem
a possibilidade de que ele use a prerrogativa de ficar calado para não perder
os benefícios do acordo com o Judiciário.
“Para não jogarmos novamente dinheiro público no lixo, o senhor poderia
fazer um contato com o advogado de Alberto Youssef e perguntar se, na semana
que vem, passado o período eleitoral, ele pretende falar em sessão aberta ou
fechada", sugeriu ao presidente da CPMI, senador Vital do Rego (PMDB-PB),
o deputado Fernando Francischini (RS), líder do Solidariedade. "Vamos
gastar com avião da Polícia Federal e escolta para ele dizer que não vai falar
nada, porque está em delação premiada”, criticou Francischini.
O deputado lembrou que, quando tentaram ouvir Paulo Roberto Costa, ele
também optou por ficar calado para não comprometer os benefícios da delação
premiada. Costa passou mais de três horas ouvindo os questionamentos dos
parlamentares, limitando-se a responder que não diria nada.
Estamos diante do enterro da CPMI. Não basta prorrogar por mais 30 dias.
Para quê? Temos de quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico das grandes
empreiteiras, dos políticos e partidos envolvidos. É isso que queremos saber”,
ressaltou o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR). Ele chegou a levantar a
possibilidade de o atestado apresentado por Cosenza ser “fajuto”.
Os oposicionistas insistem em ouvi-lo. Por isso, tentarão agendar nova data
com ele para a próxima semana. Cosenza ocupa a diretoria de Abastecimento da
Petrobras desde que Paulo Roberto Costa, também envolvido nos escândalos da
Operação Lava Jato, deixou o cargo. Em depoimento à Justiça, Costa admitiu que
intermediava o pagamento de propina de grandes empreiteiras para partidos
políticos.
Fonte Agência Brasil
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