O africano Souleymane Bah, que está com suspeita
de ebola, chegou por volta das 6h30 desta sexta-feira (10) na Base Aérea do
Galeão, no Rio de Janeiro. O paciente de 47 anos, que é de Guiné, na África
Ocidental, chegou em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e foi levado para
o Instituto
Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), que é referência em doenças infecciosas. O homem estava internado na
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) II, no bairro Brasília, em Cascavel, no
oeste do Paraná.
O paciente está recebendo os atendimentos
básicos, como a medição de temperatura e pressão, e está sob isolamento. Os
médicos do instituto devem colher uma amostra de sangue ainda na manhã desta
sexta para realizar testes que devem comprovar se o africano possui ou
não a doença. O resultado do exame fica pronto em até 24 horas.
A amostra colhida será enviada para teste no
Instituto Evandro Chagas de Belém, no Pará. Segundo assessoria, a Fiocruz é
referência somente no atendimento a doenças infecciosas.
Segundo o infectologista Celso Ramos, da
Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), apesar de a doença não ter sido confirmada, cuidados com o
isolamento do paciente e da equipe que cuida da sua transferência são
fundamentais porque a transmissão do ebola se dá, principalmente, pelo contato
pessoal.
“Como é uma doença que tem uma letalidade de 50%,
são necessárias precauções especiais. A ambulância está, digamos assim,
envelopada. É uma ambulância que está designada pela secretaria de Saúde para
isso há algum tempo. A equipe está sendo treinada diariamente e está com
equipamento de proteção individual”, explicou o infectologista.
O africano veio para o Brasil na condição de
refugiado e, de acordo com o documento expedido pela Coordenação Geral de
Polícia de Imigração, ele pode permanecer no país até o dia 22 de setembro de
2015.
De acordo com o Ministério da Saúde e a
Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, a UPA Brasília recebeu o paciente
classificado como suspeito de infecção por ebola na quinta-feira (9). O homem,
que chegou ao Brasil no dia 19 de setembro vindo da Guiné, com escala em
Marrocos, relatou na UPA que na quarta (8) e na manhã desta quinta teve febre.
Até o início da noite de quinta, o africano
estava subfebril e não tinha hemorragia, vômitos ou outros sintomas e
permanecia em bom estado geral. Apesar disso, ele será mantido em isolamento
total até que o diagnóstico seja confirmado. “A doença pelo vírus ebola no
começo tem uma manifestação clínica muito inespecífica, ela pode ser qualquer
coisa, pode ser uma gripe e não dá para correr o risco”, explicou o
infectologista.
O ministério da Saúde destacou que, por estar no
21º dia, limite máximo para o período de incubação da doença, o caso foi
considerado suspeito, de acordo com os protocolos internacionais para o ebola.
A Guiné é um dos três países que concentram o surto da doença na África.
O ebola só é transmitido por meio do contato com
o sangue, tecidos ou fluidos corporais de doentes, ou pelo contato com
superfícies e objetos contaminados. O vírus somente é transmitido quando surgem
os sintomas.
Nesta sexta, o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
que coordena a ação nacional, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas
Barbosa, falarão sobre o caso no Ministério da Saúde.
Fonte: Globo.com
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