Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) paralisaram
hoje (23) as atividades, após decisão tomada na última terça (21), em
assembleia convocada pela Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj). Na
quarta-feira (29), os docentes se reunirão com representantes da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), para discutir demandas da categoria.
Conforme a associação, em 15 dias os docentes farão nova reunião aberta para
discutir os rumos do movimento. Na oportunidade, decidirão se entram ou não em
greve.
Segundo representantes da Asduerj, entre as reivindicações estão o reajuste
salarial de 6% e pagamento do adicional de dedicação exclusiva para
aposentadoria dos professores. Também protestam contra o veto do governador
Luiz Fernando Pezão à emenda na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A emenda
destinaria 6% da receita tributária líquida do estado para instituições de
ensino superior estaduais a partir de 2015.
Na pauta interna, os professores criticam um conjunto de medidas da
reitoria, entre elas a discriminação entre professores assistentes e
auxiliares. A reitoria sugere para os assistentes, com carga semanal de 40
horas, o máximo de dez horas de pesquisas, enquanto os auxiliares não terão
nenhuma. Também propuseram a redução para, no máximo, oito horas da carga de
pesquisa para professores adjuntos, associados e titulares com 20 ou 30
horas. Além disso, a reitoria anunciou novos critérios para o Banco de
Produção Científica, não pontuando as práticas de orientação de monografia,
monitoria e estágio.
De acordo com o presidente do Asduerj, Bruno Deusdará, as medidas
desvalorizam o professor. “O que a gente passa para os alunos vêm dos
laboratórios e dos nossos grupos de pesquisa. As mudanças hierarquizam as
atividades, desqualificam a graduação e deixam as pesquisas sem
reconhecimento”, criticou. Ressaltou que o aumento da carga horária “maquia a
real necessidade de mais concursos para a contratação de professores”.
Os docentes aguardam posicionamento dos candidatos ao governo do estado do
Rio, Luiz Fernando Pezão e Marcelo Crivella. Deusdará salientou que as
propostas apresentadas pelos candidatos são insuficientes. “Queremos que eles
se posicionem claramente e mostrem compromisso com a educação superior. Até
hoje, as respostas não apontam melhores rumos para o ensino superior nos
próximos quatro anos”, afirmou.
Para o presidente da associação, a possibilidade de greve existe. "Ela
é um instrumento mais duro, que a gente só usa quando não tem outro recurso.
Vamos dialogar com os candidatos ao governo e a reitoria. Esperamos não
recorrer a esse extremo”, finalizou.
Fonte Agência Brasil
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