O alto número
de demissões em empresas terceirizadas da REDUC, em Duque de Caxias, está
fazendo trabalhadores esperarem até 2015 por uma audiência na Justiça do
trabalho na cidade. O tema já foi debatido entre os juízes titulares de Caxias
e a presidência do tribunal regional do trabalho.
De acordo como
Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da região, mais de três mil
demissões não foram homologadas, o que representa cerca de R$43,3 milhões em
indenizações.
Ainda segundo
o sindicato, de maio de 2013 até meados deste ano, algumas empresas contratadas
pela PETROBRAS declararam falências e não pagaram os direitos trabalhistas
básicos de seus ex-funcionários.
-No dia em que
fui demitido, cerca d 40 trabalhadores também foram mandados embora. A gente
saiu com uma mão na frente e outra atrás. Não recebemos nada. É uma frustração
muito grande – desabafa Alexsandro faria, ex-funcionário da Produman Engenharia
S/A.
Ele espera
receber cerca de 16 mil por conta da rescisão contratual.
Segundo a
juíza titular da 6ª Vara do Trabalho de Duque de Caxias, Renata Jiquiriça, o
grande volume de ações é preocupante. Ela adiantou que vai propor em breve, em
conjunto com o Ministério Público do Trabalho, um termo de Ajuste de Conduta
que envolva a REDUC, as empresas terceirizadas e o sindicato que representa a
categoria.
SINDICATO PEDE RIGOR NA CONTRATAÇÃO
Por conta das
demissões, o presidente do sindicato, Josimar Campos, avalia que a Petrobras
deve adotar uma postura mais cautelosa na contratação de empresas
terceirizadas.
-A Petrobras
teria que ser mais rigorosa no momento de abrir as licitações. As empresas
começam atrasando o salário, a recarga do Bilhete Único... Quando a gente vê, o
trabalhador foi demitido e ainda tinha um pagamento para receber da empresa. O
direito do trabalhador está sendo completamente desrespeitado nestes casos –
reclama Josimar.
De acordo com
o sindicato, além da Produman, que demitiu aproximadamente 1.500 pessoas,
trabalhadores de mais cinco empresas enfrentando problemas para receber as
indenizações após serem demitidos. Entre elas está a MPE Montagem e projetos
Especiais, que deve cerca de R$ 9 milhões em indenizações.
Em nota, a
Petrobras afirmou que “as contratações e desligamentos de trabalhadores são de
responsabilidade das empresas contratadas e não há, por parte da Petrobras,
qualquer pendência legal ou contratual junto às empresas”.
Já o Sindicato
das Indústrias de Construção de Duque de Caxias disse desconhecer o caso. Em
nota, a direção do sindicato informou que não tem nada a opinar sobre as
demissões no setor da construção civil.
Procurada, a
MPE Montagem e projetos Especiais afirmou, através de sua assessoria de
imprensa, que pagou o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos
empregados e que espera apenas decisão da Justiça do Trabalho para liberar as
indenizações.
A Produman foi
procurada, mas não foi localizada para comentar o caso até o fechamento desta
edição.
Fonte: Jornal Extra
Nenhum comentário:
Postar um comentário