A falta de merenda para os alunos é um problema
recorrente nas escolas municipais do Rio. O Bom Dia Rio têm mostrado desde a
semana passada colégios públicos que estão a meses só dando lanches para os
estudantes durante o período letivo por falta de merendeiras. A medida
contraria a lei da merenda escolar, que obriga as escolas públicas a
fornecerem, pelo menos, uma refeição saudável durante o período letivo a todos
os alunos. Nesta terça-feira (30), a secretária municipal de educação Helena
Bomeny foi questionada sobre os problemas, que classificou como
"pontuais".
"Tivemos problemas pontuais na rede de 1,5
mil unidades, que afetou entre 30 e 40 escolas. Isso é um problema de
licitação, que demorou um pouco, mas agora está nornalizado", disse.
Questionada sobre a demora na contratação de
profissionais de cozinha para algunas escolas, a secretária disse que a
burocracia nas licitações atrasa o processo.
"Lógico, cada escola sente isso de forma
diferente. A licitação é uma coisa que as vezes emperra um problema, um
processo burocrático, então a gente faz com tempo, mas para ser transparente
ela precisa percorrer todos os passos", explicou.
Biscoito e suco
Nesta terça, a equipe de reportagem visitou o Ciep Major Manoel Gomes Archer, em Santa Cruz, na Zona Oeste. A unidade atende cerca 1,3 mil alunos da educação infantil ao 5º ano e há pelo menos 6 meses, segundo os pais, a comida deu lugar ao lanche. Segundo eles, só é servido biscoito e suco no intervalo entre as aulas.
Nesta terça, a equipe de reportagem visitou o Ciep Major Manoel Gomes Archer, em Santa Cruz, na Zona Oeste. A unidade atende cerca 1,3 mil alunos da educação infantil ao 5º ano e há pelo menos 6 meses, segundo os pais, a comida deu lugar ao lanche. Segundo eles, só é servido biscoito e suco no intervalo entre as aulas.
Muitas mães reclamam que algumas famílias não tem
orçamento suficiente para bancar as refeições dos alunos, mesmo com o apelo da
escola para os estudantes trouxessem uma marmita de casa.
“Tem gente que não tem dinheiro nem pra mandar um
lanche para o filho, aí a criança fica aqui o dia inteiro com fome. Um
biscoitinho e uma banana não alimenta. Já pediram: ‘mãe, traz marmita para o
seu filho’. Se tem ensinamento tem que ter comida, se não tem como fica, como
vai prestar atenção com fome?”, questionou Elenice de Azevedo, dona de casa.
Abaixo-assinado
Os pais até já se colocaram a disposição para cozinhar para os alunos. Tatiana da Cruz Vianna, mãe de uma das crianças, foi uma das pessoas que se ofereceu para preparar os alimentos no refeitório da escola.
Os pais até já se colocaram a disposição para cozinhar para os alunos. Tatiana da Cruz Vianna, mãe de uma das crianças, foi uma das pessoas que se ofereceu para preparar os alimentos no refeitório da escola.
“O diretor falou que não podia deixar a gente
entrar porque tudo que acontece aqui dentro é de responsabilidade dele. Fizemos
um abaixo-assinado que não resolveu nada”, disse.
Segundo Daniele de Oliveira Costa, mãe de outra
criança, o problema assola outras unidades escolares na região, A escola
Franklin Távora, que fica do outro lado da Avenida Brasil, também enfrenta os
mesmos problemas.
O Bom Dia Rio têm mostrado os problemas causados
pela falta de merenda em outras escolas. A situação foi constatada na escola
municipal Professor Coqueiro, em Santa Cruz, na Zona Oeste, a escola Cora
Coralina, em Campo Grande, e em Realengo, na escola municipal Câmara Cascudo.
Fonte: Globo.com
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