terça-feira, 30 de setembro de 2014

'É pontual', diz secretária sobre falta de merenda em até 40 escolas no Rio

A falta de merenda para os alunos é um problema recorrente nas escolas municipais do Rio. O Bom Dia Rio têm mostrado desde a semana passada colégios públicos que estão a meses só dando lanches para os estudantes durante o período letivo por falta de merendeiras. A medida contraria a lei da merenda escolar, que obriga as escolas públicas a fornecerem, pelo menos, uma refeição saudável durante o período letivo a todos os alunos. Nesta terça-feira (30), a secretária municipal de educação Helena Bomeny foi questionada sobre os problemas, que classificou como "pontuais".
"Tivemos problemas pontuais na rede de 1,5 mil unidades, que afetou entre 30 e 40 escolas. Isso é um problema de licitação, que demorou um pouco, mas agora está nornalizado", disse.
Questionada sobre a demora na contratação de profissionais de cozinha para algunas escolas, a secretária disse que a burocracia nas licitações atrasa o processo.
"Lógico, cada escola sente isso de forma diferente. A licitação é uma coisa que as vezes emperra um problema, um processo burocrático, então a gente faz com tempo, mas para ser transparente ela precisa percorrer todos os passos", explicou.
Biscoito e suco
Nesta terça, a equipe de reportagem visitou o Ciep Major Manoel Gomes Archer, em Santa Cruz, na Zona Oeste. A unidade atende cerca 1,3 mil alunos da educação infantil ao 5º ano e há pelo menos 6 meses, segundo os pais, a comida deu lugar ao lanche. Segundo eles, só é servido biscoito e suco no intervalo entre as aulas.
Muitas mães reclamam que algumas famílias não tem orçamento suficiente para bancar as refeições dos alunos, mesmo com o apelo da escola para os estudantes trouxessem uma marmita de casa.
“Tem gente que não tem dinheiro nem pra mandar um lanche para o filho, aí a criança fica aqui o dia inteiro com fome. Um biscoitinho e uma banana não alimenta. Já pediram: ‘mãe, traz marmita para o seu filho’. Se tem ensinamento tem que ter comida, se não tem como fica, como vai prestar atenção com fome?”, questionou Elenice de Azevedo, dona de casa.
Abaixo-assinado
Os pais até já se colocaram a disposição para cozinhar para os alunos. Tatiana da Cruz Vianna, mãe de uma das crianças, foi uma das pessoas que se ofereceu para preparar os alimentos no refeitório da escola.
“O diretor falou que não podia deixar a gente entrar porque tudo que acontece aqui dentro é de responsabilidade dele. Fizemos um abaixo-assinado que não resolveu nada”, disse.
Segundo Daniele de Oliveira Costa, mãe de outra criança, o problema assola outras unidades escolares na região, A escola Franklin Távora, que fica do outro lado da Avenida Brasil, também enfrenta os mesmos problemas.
O Bom Dia Rio têm mostrado os problemas causados pela falta de merenda em outras escolas. A situação foi constatada na escola municipal Professor Coqueiro, em Santa Cruz, na Zona Oeste, a escola Cora Coralina, em Campo Grande, e em Realengo, na escola municipal Câmara Cascudo.


Fonte: Globo.com

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