Cerca de 14 mil pacientes esperam por cirurgia
nos hospitais federais do Rio, segundo um levantamento da Defensoria Pública
que foi publicado nesta quarta-feira (17). Nas seis unidades avaliadas, faltam
1.226 médicos. Problemas na infraestrutura, falta de medicamentos e até ratos
entre os pacientes no setor de oncologia foram encontrados. A Defensoria
Pública deu um prazo de seis meses para que sejam solucionados os problemas.
Como mostrou o Bom Dia Rio nesta quinta-feira, os
defensores fizeram vistorias em todos os seis hospitais da rede federal do Rio de
Janeiro. No Hospital do Andaraí, que está sem diretor há dois meses, foi
preciso acionar a Vigilância Sanitária.
“Ratos entre pacientes oncológicos, isso está no
laudo da Vigilância Sanitária, ratos, roedores entre pacientes. Encontrei
também a sala de radiologia sem a forração de chumbo que tem que ter para a
proteção dos usuários e de quem está fora”, contou o defensor público federal
Daniel Macedo.
Outro absurdo encontrado no Andaraí são os
elevadores. Ao todo são oito, mas apenas três estão funcionando. Segundo a
Defensoria não há cuidado com a higiene. Em um mesmo elevador são transportadas
pessoas, alimentos, cadáveres e até entulho de obra.
Outro que está no topo do ranking dos problemas,
segundo a Defensoria, é o Hospital Federal de Bonsucesso. Faltam médicos e
profissionais; muitos exames não estão sendo feitos. Os próprios médicos
chegaram a denunciar a situação para Polícia Federal.
“A pneumologia pediátrica já foi fechada, a
infectologia que está citada no relatório está sendo fechada para transferir os
médicos especialistas para suprir faltas nas enfermarias e na emergência”,
falou Júlio Noronha, presidente do Sindicato dos Médicos.
A vistoria feita com auxílio do Cremerj também
conclui que a rede federal do Rio precisa de pelo menos mais 1.200 médicos. A falta
de profissionais e de estrutura também prejudica o andamento da fila das
cirurgias. Segundo o defensor, operações são desmarcadas até por falta de roupa
cirúrgica. Atualmente quase 14 mil pessoas esperam para ser operadas nos
hospitais federais do Rio.
O Ministério da Saúde informou que investe na
recomposição do quadro de funcionários e na reestruturação dos hospitais
federais no Rio para qualificar e ampliar a capacidade de atendimento. Declarou
ainda que desde 2001 foram nomeados 1.536 servidores por meio de dois concursos
e que foram feitas mais 499 contratações no primeiro semestre deste ano.
Fonte: globo.com
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