quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Vistoria encontra ratos no setor de oncologia em hospital federal do Rio

Cerca de 14 mil pacientes esperam por cirurgia nos hospitais federais do Rio, segundo um levantamento da Defensoria Pública que foi publicado nesta quarta-feira (17). Nas seis unidades avaliadas, faltam 1.226 médicos. Problemas na infraestrutura, falta de medicamentos e até ratos entre os pacientes no setor de oncologia foram encontrados. A Defensoria Pública deu um prazo de seis meses para que sejam solucionados os problemas.
Como mostrou o Bom Dia Rio nesta quinta-feira, os defensores fizeram vistorias em todos os seis hospitais da rede federal do Rio de Janeiro. No Hospital do Andaraí, que está sem diretor há dois meses, foi preciso acionar a Vigilância Sanitária.
“Ratos entre pacientes oncológicos, isso está no laudo da Vigilância Sanitária, ratos, roedores entre pacientes. Encontrei também a sala de radiologia sem a forração de chumbo que tem que ter para a proteção dos usuários e de quem está fora”, contou o defensor público federal Daniel Macedo.
Outro absurdo encontrado no Andaraí são os elevadores. Ao todo são oito, mas apenas três estão funcionando. Segundo a Defensoria não há cuidado com a higiene. Em um mesmo elevador são transportadas pessoas, alimentos, cadáveres e até entulho de obra.
Outro que está no topo do ranking dos problemas, segundo a Defensoria, é o Hospital Federal de Bonsucesso. Faltam médicos e profissionais; muitos exames não estão sendo feitos. Os próprios médicos chegaram a denunciar a situação para Polícia Federal.
“A pneumologia pediátrica já foi fechada, a infectologia que está citada no relatório está sendo fechada para transferir os médicos especialistas para suprir faltas nas enfermarias e na emergência”, falou Júlio Noronha, presidente do Sindicato dos Médicos.
A vistoria feita com auxílio do Cremerj também conclui que a rede federal do Rio precisa de pelo menos mais 1.200 médicos. A falta de profissionais e de estrutura também prejudica o andamento da fila das cirurgias. Segundo o defensor, operações são desmarcadas até por falta de roupa cirúrgica. Atualmente quase 14 mil pessoas esperam para ser operadas nos hospitais federais do Rio.
O Ministério da Saúde informou que investe na recomposição do quadro de funcionários e na reestruturação dos hospitais federais no Rio para qualificar e ampliar a capacidade de atendimento. Declarou ainda que desde 2001 foram nomeados 1.536 servidores por meio de dois concursos e que foram feitas mais 499 contratações no primeiro semestre deste ano.

Fonte: globo.com

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