O presidente da CPI mista que investiga denúncias
contra a Petrobras, Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que agendou para a
próxima quarta-feira (17) sessão do colegiado para ouvir depoimento do
ex-diretor da estatal do petróleo Paulo Roberto Costa, preso pela Operação Lava
Jato, da Polícia Federal (PF). O parlamentar do PMDB, que também preside a CPI
da Petrobras exclusiva do Senado, se reuniu na manhã desta quarta (10), a
portas fechadas, com líderes dos partidos que integram a comissão parlamentar
mista para debater as denúncias do ex-dirigente na delação premiada.
A convocação de Costa, suspeito de integrar uma
quadrilha de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, já havia sido aprovada em
3 de junho pela CPI mista, por meio de um requerimento apresentado pela
liderança do DEM na Câmara. No entanto, a direção do colegiado ainda não havia
agendado a data do depoimento.
"Estamos convocando, em requerimento já
aprovado, mas marcando a data para a oitiva do senhor Paulo Roberto para a
próxima quarta-feira [17]. Queremos ouvi-lo durante esse processo. Até lá, a
nossa assessoria vai tomar as providências cabiveis para o traslado do Paulo
Roberto para a comissão", disse Vital ao final do encontro com as
lideranças partidárias.
Segundo informou a secretaria da CPMI, a
convocação de Costa será comunicada oficialmente ao juiz encarregado do caso na
13ª Vara Federal de Justiça de Curitiba, Sérgio Moro. O magistrado poderá negar
autorização para o ex-diretor da petroleira comparecer ao colegiado, porém,
caso isso ocorra, terá de apresentar justificativa aos congressistas.
Em 10 de junho, Paulo Roberto Costa prestou
depoimento à CPI exclusiva do Senado. Na ocasião, ele negou ter utilizado a
companhia para se beneficiar e disse que a petroleira não é uma "casa de
negócios".
Reportagem da edição
deste fim de semana da revista "Veja" afirma, sem dar detalhes ou
apresentar documentos, que Paulo Roberto Costa revelou em depoimentos ao
Ministério Público Federal (MPF), na superintendência da Polícia Federal em
Curitiba, que três governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25
deputados federais foram beneficiados com as propinas.
Segundo a publicação, Costa citou, entre outros
políticos, os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos
ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro
de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL),
Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João
Pizzolatti (PP-SC). Os políticos mencionados na reportagem negam
envolvimento no esquema de pagamento de propina na Petrobras.
Liberação automática
Durante a reunião, os integrantes da comissão parlamentar também decidiram enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição na qual reivindicam que todas as informações referentes à operação Lava Jato que venham a ser coletadas pela Corte sejam remetidas automaticamente à CPI mista. Nesta segunda-feira (9), Vital já havia enviado um ofício ao tribunal pedindo acesso ao conteúdo da delação de Paulo Roberto Costa.
Durante a reunião, os integrantes da comissão parlamentar também decidiram enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição na qual reivindicam que todas as informações referentes à operação Lava Jato que venham a ser coletadas pela Corte sejam remetidas automaticamente à CPI mista. Nesta segunda-feira (9), Vital já havia enviado um ofício ao tribunal pedindo acesso ao conteúdo da delação de Paulo Roberto Costa.
“Além do ofício que remeti ao Supremo, nós já
determinamos a elaboração de uma petição ao senhor ministro Teori Zavascki,
para que esses documentos que estão sendo coletados na delação premiada possam
vir automaticamente à comissão. Esse é nosso direito constitucional
necessário”, afirmou Vital do Rêgo.
O presidente da CPI relatou que desde a noite
desta terça-feira (9) vem “insistindo” em marcar uma audiência com o ministro
Teori Zavascki, relator do processo da Lava Jato no Supremo. Os dirigentes da
comissão querem encontrar o magistrado para “afinar procedimentos”.
“Aqui nós temos uma responsabilidade, eles
[ministros do STF] lá também. Nós vamos integrar as ações do Supremo com a CPI.
Estou insistindo nessa audiência. É necessário porque há interesse nacional nas
providências que a CPI está tomando”, comentou Vital. “Precisamos dessa
audiência o mais rápido possível”, enfatizou.
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN),
acredita que o STF terá que atender à solicitação da CPI mista. “Peticionar é
automatizar a vinda dessas informações. É um direito da CPI. Não estamos
pedindo, estamos peticionando”, disse o líder do DEM.
A decisão de pedir acesso automático aos
documentos da Lava Jato foi aprovada por unanimidade pelo colegiado de líderes,
segundo Vital. O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), o líder do PMDB,
Eduardo Cunha (RJ) e o deputado petista Afonso Florence (BA) foram inicialmente
contrários à medida, mas acabaram cedendo à opinião da maioria do grupo.
Vaccarezza
Um dos políticos citados na reportagem da revista "Veja", o deputado federal Cândido Vacarezza (PT-SP) concedeu entrevista nesta quarta para negar que tenha recebido dinheiro do ex-diretor da Petrobras. O parlamentar petista classificou a publicação de "desonesta e desleal".
Um dos políticos citados na reportagem da revista "Veja", o deputado federal Cândido Vacarezza (PT-SP) concedeu entrevista nesta quarta para negar que tenha recebido dinheiro do ex-diretor da Petrobras. O parlamentar petista classificou a publicação de "desonesta e desleal".
"Eu não tenho nenhum interesse neste
assunto. Nunca recebi dinheiro do senhor Paulo Roberto Costa. Se alguém está
assombrado, não sou eu [...] Esse tipo de matéria é desonesta e desleal. O que
levou alguém a fazer isso, eu não sei", enfatizou.
Ex-líder do governo na Câmara, Vaccarezza disse
ainda que não responde atualmente a nenhum processo judicial. "Eu não
estou sendo acusado [...] Faço parte da lista de deputados ficha limpa",
complementou o deputado.
O petista leu uma nota na qual ressalta que a
reportagem de "Veja" não cita as fontes das denúncias. Segundo ele, o
vazamento é ilegal e foi feito "de forma seletiva". Em outro trecho
do comunicado, o parlamentar destaca que uma denúncia "dessa gravidade não
pode ficar assombrando as pessoas sem base acusatória, sem citação de fontes ou
provas documentais".
"Muito menos, às vésperas de eleições, que a
fonte de divulgação da denúncia tem claro e manifesto interesse em interferir
no resultado", observou Vaccarezza na nota.
Fonte: Agência Brasil
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